Para este terreno na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga havia um objetivo: conseguir um maior aproveitamento das características naturais do contexto, proporcionando maior harmonia entre a habitação e a natureza do local. Para isso, propusemos a realização de uma alteração das regras legais pré estabelecidas no loteamento de forma a possibilitar uma maior integração da habitação com os acessos e as cotas naturais existentes do lote. Assim, no lugar de uma moradia com 3 pisos (cave, piso 0 e piso 1), sugerimos uma

habitação com 2 pisos (piso 0, piso 1), e um edifício anexo para garagem.

Devido ao desnível existente de 2 metros entre a cota de acesso e o terreno, consideramos que uma entrada a meio piso poderia resultar numa chegada suave ao interior da habitação. Por conseguinte, da mesma cota da estrada é possível chegar a um átrio de entrada, ao nível intermédio da escada interior, de onde conseguimos estabelecer uma relação visual imediata e convidativa com a sala de estar. Daqui podemos escolher descer para a zona social da casa - salas, cozinha e acesso ao espaço exterior do lote - ou escolher subir para o piso superior e mais privado - o dos quartos.

O acesso automóvel à garagem é feito, também, à cota da rua habilitante que, por isso, permite obter um acesso pedonal direto e plano entre a garagem a e o átrio de entrada da habitação.

Na materialidade exterior, foi intenção promover uma continuidade da construção tradicional, através da reinterpretação do uso da pedra no piso de contacto com o solo e um material mais leve e permeável no piso superior. Em cooperação com o promotor imobiliário, foi possível obter uma continuidade formal e estética no conjunto total das cinco moradias, ainda que, com determinada flexibilidade na adaptação de aspetos interiores às necessidades específicas dos moradores de cada habitação.